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Raquel Freitas

Sentimentos com a Chegada do Bebê


Sentimentos com a Chegada do Bebê

Durante a gravidez, a ansiedade bate forte, você quer ver logo a carinha desse bebezinho, mas é difícil mentalizar como serão os primeiros dias do bebê em casa.

Muita gente diz pra grávida: Aproveita pra dormir agora, porque depois....

Como se fosse possível fazer um estoque de sono pra não precisar mais dormir depois que o bebê nascer.

Toda mãe tem noção que vai dormir pouco após a chegada do bebê, mas são tantos outros cuidados, tantas outras coisas que ninguém te conta.

A começar pela recuperação pós parto. Aquele sangramento intenso que parece que a menstruação dos 9 meses chegaram agora, de uma só vez! Quando é que isso vai acabar? Daqui 20, 30 dias? Pirou? Até lá eu vou ter uma anemia! Você já começa a ficar nervosa aí, com essa informação!

Ahhh os sentimentos e as emoções, esse ninguém te conta mesmo. Essa oscilação hormonal louca, que hora faz chorar, hora faz rir. Tão normal para as recém mamães. Aí alguém vem te falar que deve ser o tal do Baby Blues. Oi? Baby Blues, aquele sentimento de felicidade pela vida de seu filho e ao mesmo tempo uma tristeza. Um mix de alegria e exaustão, super comum para quem acabou de parir.

Ou talvez venham te dizer que é depressão pós parto, o que é bem diferente. Na depressão a mulher não tem vontade de cuidar do filho, não tem forças para nada e precisa de ajuda. Para o Baby Blues, carinho, atenção e compreensão de quem está por perto podem ser suficientes.

Hora de ir pra casa! Você chega com seu bebezinho lindo e amado nos braços e se pergunta: E Agora?

Imagino que os papais também tenham essa sensação, mas não compartilham esse sentimento. Nem precisa. Dá pra ver nos olhos dele que ele está tão apavorado quanto você, afinal, ele também está aprendendo a ser pai.

Hora de trocar a fralda! Como uma coisinha tão bonitinha consegue fazer algo tão nojento? Você se acostuma! Vai por mim, essa fase é só treinamento pra fase pior que está por vir quando o bebê começar a comer papinhas.

Parece impossível trocar a fralda e roupinhas de um ser tão molinho. Poxa, ele podia colaborar pelo menos pra passar as perninhas. Logo esse dia vai chegar! E logo ele vai começar a rolar no trocador e você vai ter que aprender a ser mamãe polvo e trocar o bebê tatu bolinha de bruços, sentado, em pé, plantando bananeira.

Hora da amamentação! Parece tão fácil ver aquela mãe esplêndida amamentando no comercial de pomada para assaduras. Você ouve da enfermeira que seu filho não tem pega correta. Caramba, o que é pega correta? Pois é, o bebê tem que abocanhar a auréola da mama da maneira correta pra conseguir sugar o leite. Mas você descobre que ainda não tem leite. Só está produzindo o colostro por enquanto.

Gente, quem inventou tantos termos difíceis? Deviam inventar o dicionário das mães pra você já ir lendo durante a gestação porque a partir de agora você vai ter que aprender a falar uma nova língua! A língua da Puérpera. Mais uma palavra pra incluir no dicionário.

Mas voltando a amamentação, até que o bebê aprenda a tal pega correta, você já está com seu mamilo dolorido, talvez até sangrando e passando aquela famosa pomada de Lanolina. Se você tiver apoio nessa fase, maravilha, logo tudo isso passa e você consegue amentar esplendidamente igual à mãe do comercial. Mas se não tiver apoio, a chance de desistir e tacar logo uma mamadeira cheia de fórmula é imensa. Não me entendam mal, muitas vezes nem é culpa da mãe por ter que dar fórmula a um bebê tão pequeno. É melhor do que ver seu filho com fome, mas que o leite materno é o melhor para o bebê todo mundo sabe. Só podia ser mais fácil né?

Hora do banho! Momento tenso!!! Precisa mesmo? O bebê nem suou. Precisa sim, bora encarar! E o medo de derrubar o bebê na água e ele se afogar? Segura firme porque parece que o bebê escorrega mais que sabonete.

Acabou o banho, enrola logo na toalha porque o bichinho treme de frio. Coitadinho! Troca logo, antes de ser premiada com um jato de xixi ou cocô. Mas tem que cuidar do coto umbilical primeiro. Puxa pra cá, passa cotonete com álcool. Puxa pra lá, passa cotonete com álcool. Rápido! Quanto menos tempo tocar "nisso" melhor. Demora muito pra cair o umbiguinho? Já caiu? Lá vem uma tia falar que precisa colocar uma moeda, mas o pediatra falou que não precisa.

Hora do choro! Peraí, mas choro não tem hora. Exatamente, por isso mesmo, a hora do choro é toda hora, a qualquer momento, em qualquer situação e você fica perdidinha sem saber o que fazer. Dá mamá, troca a fralda, troca a roupa, faz dormir, mas às vezes nada disso adianta. Aí você descobre que pode ser cólica e a hora do choro passa a ter um horário para começar: no fim da tarde. O problema é que não tem hora pra acabar. Lá vem alguém dizer que você tem que dar um chazinho de camomila pro bebê, mas o pediatra falou que não pode, então você tenta todos os métodos infalíveis que todas as mães do universo falam pra você fazer e parece que nada funciona. Você apela até praquele remédio em pózinho ou praquele remédio preto que nem vende no Brasil.

Hora de dormir! Há-Há-Há! Só pode ser piada! Mas todo mundo avisou que você não ia dormir, qual a surpresa? Na prática parece muito pior. No máximo você consegue tirar uns cochilinhos enquanto o bebê dorme. Mas vamos combinar? Quando o bebê dorme é hora de aproveitar pra dar uma geral na casa, fazer comida, tomar banho, lavar a roupa, cuidar da beleza, se sobrar um tempinho pode até ser que você consiga dormir num cochilhinho da tarde. Isso quando não chega uma visita no meio da tarde. Aí a sonequinha foi pro brejo. Poxa, mas é tão gostoso receber visita e o carinho das pessoas. É sim, mas é difícil dar atenção quando você virou a mulher zumbi.

E depois desse dia intenso, ainda tem gente que vai perguntar: Mas você não fez nada o dia inteiro? Tá aí só aproveitando as férias!

Autora: @napalmadamae por Raquel Freitas

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